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A Pesquisa e a Pós-graduação da UFPB em perspectiva comparada: um contraponto

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Prof. Dr. Valdir de Andrade Braga 

Estamos vivendo na era da informação, ou era digital, onde a quantidade de dados gerados cresce de maneira exponencial. Assim, avaliar e checar toda informação propagada tem sido um desafio constante, uma vez que o nosso bem mais precioso, o tempo, não acompanha a velocidade com que as informações são geradas. Para além na nossa limitação temporal de avaliar a fonte de todos os dados divulgados, estamos atravessando um momento delicado da nossa história, onde a desinformação tornou-se uma ferramenta tão poderosa quanto a informação, criando um ambiente de crise ética e moral.

Foi com grande interesse e senso crítico que lemos a carta publicada por Rodrigues e colaboradores, a qual se propõe a fazer uma avaliação da pesquisa e da pós-graduação no âmbito da Universidade Federal da Paraíba nos últimos anos, colocando os números apresentados por duas entidades não oficiais de avaliação, o RUF da Folha de São Paulo e o Times Higher Education (THE), numa perspectiva regional com o objetivo de comparar a nossa instituição com suas pares da Região Nordeste. Enquanto os dados apresentados por essas entidades apontam que a Universidade Federal da Paraíba vem se mantendo como a quinta ou sexta maior universidade do Nordeste, de acordo com a entidade avaliadora, alguns pontos merecem destaque.

Enquanto a Universidade Federal da Paraíba é avaliada com regularidade pelo RUF desde sua instituição como ferramenta avaliativa pela Folha de São Paulo em 2012, em 2020 foi a primeira vez que nossa instituição foi avaliada pelo THE. Desse modo, faltam subsídios para a utilização desse último instrumento avaliativo, em especial no intuito de comparar a UFPB com outras instituições da região Nordeste, como o documento publicado se propõe.

Reportamos neste contraponto os dados da Nature Index e do QS Latin America Ranking, internacionalmente reconhecidos pela credibilidade das informações publicadas no que tange à avaliação anual das mais conceituadas universidades do mundo. Os dados apontam, de acordo com Nature Index, que das universidades da região Nordeste, apenas a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) evoluíram seus indicadores de maneira consistente (e consequentemente suas posições no ranking) no período de 2016 a 2020. Os dados documentam ainda que a UFPB avançou da 10ª para a 8ª posição, enquanto que a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA) seguiram na tragetória inversa. Em relação ao QS Latin America Ranking, a UFPB se manteve como a 3ª melhor instituição do Nordeste, à frente da UFRN e da UFBA. Cabe ainda ressaltar o salto dado pela UFPB da 43ª para a 28ª posição geral no ranking nos últimos 3 anos. Portanto, sistemas de avaliação das universidades com mais credibilidade científica, reconhecidos internacionalmente, atestam a qualidade e os avanços da pesquisa e da pós-graduação no âmbito da UFPB nos últimos anos. Questionar a qualidade e os avanços recentes é não só uma leviandade à nossa instituição como um desmerecimento do trabalho árduo e competente realizado por cada um de nós pesquisadores que trabalhamos diuturnamente para enaltecer o nome da nossa instituição.

Ademais, tanto a pesquisa quanto a pós-graduação possuem sistemas cientométricos específicos que são utilizados mundialmente e poderiam trazer uma avaliação mais precisa do estado da arte da nossa instituição nessas áreas. Dentre esses parâmetros destacam-se o fator de impacto dos periódicos, o número de citação e o fator h dos pesquisadores. Esses índices cientométricos são aqueles adotados pelas instituições oficiais de fomento à pesquisa e de avaliação da pós-graduação.

Visando fomentar a pesquisa e a pós-graduação de maneira objetiva para alavancar os índices cientométricos aceitos pelos órgãos oficiais de fomento e avaliação, a UFPB adotou nos últimos 8 anos uma série de programas institucionais que contribuíram para uma evolução significativa no número de publicações em periódicos internacionais e como consequência de citações dos seus pesquisadores, refletindo em uma maior visibilidade das nossas pesquisas no âmbito nacional e internacional. Dentre esses programas destacam-se o Serviço de Tradução e Revisão de Artigos Científicos para a Submissão e o Edital Pró-Publicação. É notória a evolução tanto na quantidade de pesquisadores atendidos como no incremento anual de recursos financeiros a despeito da crise que assolou as universidades federais nos últimos anos.

Todos esses avanços contribuíram para aumentar de maneira significativa a produção qualificada da Universidade Federal da Paraíba.

Para além dos avanços na publicação, nossa instituição intensificou suas ações de internacionalização e de inovação tecnológica nos últimos anos. Destacam-se a criação da Agência de Internacionalização, a qual já firmou mais de 100 acordos internacionais com países dos cinco continentes, a aprovação e implantação do Programa Institucional de Internacionalização (PrInt), e a criação da INOVA, nossa agência de inovação, a qual tem auxiliado nossos pesquisadores na redação, depósito e concessão de patentes, que já somam 394 patentes depositadas, posicionando a UFPB como a número 1 do Brasil em inovação tecnológica. É válido mencionar também que a UFPB aprovou o Programa DAI (Doutorado Acadêmico em Inovação) e o Programa de Doutorado em Áreas Estratégicas, ambos do CNPq. Houve ainda o lançamento anual de Edital para Publicação de Coletâneas e 2 Editais para contratação de Professores Visitantes (2018 e 2019), visando o incremento das publicações internacionais dos Programas de Pós-Graduação da nossa instituição.

Por fim, cabe ressaltar que esses resultados expressivos da nossa instituição nos últimos anos são frutos do árduo trabalho da nossa comunidade acadêmica composta por docentes, servidores técnicos istrativos e discentes. Ainda temos muito que melhorar, mas os avanços sólidos na pesquisa e na pós-graduação apresentados aqui não podem ser desqualificados, mas certamente enaltecidos.

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“Por que” não será fácil fazer Cícero desistir de ser candidato

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Redação do Portal da Capital

* Por Luis Tôrres

O escritor norte-americano Mark Twain dizia que os dois momentos mais importantes da vida de um homem são quando ele nasce e quando ele descobre o porquê. Para o prefeito Cícero Lucena (PP), há um terceiro momento tão importante quanto. Descobrir o porquê ele desistirá de disputar o governo da Paraíba caso esteja à frente das pesquisas.

Foi exatamente o que ele cobrou ao ser perguntado nesta segunda, 28, no Frente a Frente da Tv Arapuan, se abriria mão da candidatura ao governo caso estivesse na frente nas pesquisas. “Teria que ter um porque!”, disse sem hesitar.

Sobre a tal “candidatura de Lucas Ribeiro (PP) ao governo caso João Azevedo saia para se candidatar ao Senado”, Cícero foi ainda mais enigmático para dizer que, mesmo nesta situação, a candidatura da senadora Daniella Ribeiro (PP) à reeleição também deve ser considerada natural. E emendou: “Nem tudo que é natural é o que vai acontecer”.

Na entrevista toda, Cícero destacou suas ações quando governador na década de 90, quando substituiu Ronaldo Cunha Lima e assinou decreto de criação de mais de 50 cidades na Paraíba, descartou aliança com a oposição declarando-se ser uma das figuras mais leais da política paraibana e defendeu que “os interesses pessoais” não estejam acima da necessidade de dar continuidade ao projeto de João Azevedo no governo.

E foi além: disse que espera tudo seja definido até junho, antes mesmo do São João, que é pra dar tempo do candidato se fortalecer ainda mais.

De tudo o que ele disse, duas coisas podem resumir tudo. Cícero é o candidato ao governo mais oficial de todo o Brasil, mais do que os que vão para reeleição. Lembrando que ao fazer a chamada para o programa só falou em “projeto da Paraíba” e não mais de João Pessoa. Registrou que pesquisas apontam que o próprio pessoense quer que ele leve a experiência da capital para o estado. E ainda disse que o vice-prefeito Léo Bezerra já é o segundo prefeito de João Pessoa e vai dar continuidade sem problemas a tudo que está sendo desenvolvido.

E a segunda conclusão é de que a coisa mais difícil do mundo será convencê-lo a desistir desse projeto.

Simplesmente “porque” ele entende que essa é a melhor – talvez a única  – oportunidade de sua vida. E que, do jeito que vai correndo solto, com uma liberdade de ação maior do que as dos seus parceiros de grupo, chegará no momento da decisão com um patamar de difícil convencimento.

Será difícil alguém responder “por que não” Cícero.

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Após quase 20 anos de atuação, Elsinho Carvalho pede desligamento da Assembleia Legislativa

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Redação do Portal da Capital

O advogado Elson Carvalho Filho, conhecido como Elsinho Carvalho, pediu hoje desligamento da Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba após duas décadas de atuação no Legislativo paraibano.

Em seu instagram, ele agradeceu aos deputados e deputadas e aos servidores da Casa.

“Hoje encerro um ciclo com o sentimento de gratidão e de dever cumprido. Em nome de Álvaro Dantas e da experiente deputada Chica Motta, agradeço a todos, indistintamente. Muito obrigado pelo convívio e aprendizado ao longo destes anos.”

Elsinho iniciou suas atividades na Assembleia Legislativa prestando assessoria aos deputados Manoel Júnior (in memoriam), Olenka Maranhão, Vital do Rego (hoje ministro e presidente do Tribunal de Contas da União) e a Gervásio Maia.

Depois atuou na Procuradoria da Casa, na Chefia de Gabinete da Presidência e na Chefia da Secretaria do Gabinete da Presidência, por quase dez anos, nas gestões do hoje deputado federal Gervasinho e do atual presidente, Adriano Galdino.

Durante sua trajetória Elsinho participou ativamente da elaboração de importantes projetos de lei que beneficiaram a população paraibana.

Também teve destacada atuação em Comissões Parlamentares de Inquérito – Is, nos projetos de aposentadoria incentivada para os servidores da Casa e em reformas istrativas.

Atencioso, sempre esteve atento à imprensa e aos servidores.

Em sua despedida, recebeu mensagens de carinho e agradecimento de amigos, servidores e deputados.

“Obrigada por ser vir ao povo da Paraíba com tamanho zelo e dedicação”, escreveu a deputada Francisca Motta (Republicanos), avó do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta.

Já o deputado Anderson Monteiro (MDB) escreveu: “Muito bom ter convivido com o amigo na ALPB. Sucesso.”

Advogado reconhecido no Estado, mantém escritório de advocacia com atuação no direito público, entre outras áreas, há quase 20 anos.

Confira imagem:

 

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Pressa para João se definir ativa dilema entre poder e perspectiva de poder

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Redação do Portal da Capital

*Por Josival Pereira

Uma declaração do deputado Aguinaldo Ribeiro, presidente estadual do Progressistas, está moendo na imprensa e nas rodas políticas nos últimos dois ou três dias. Foi a defesa para que a chapa da aliança liderada pelo governador João Azevedo seja definida logo. Não houve sinalização de prazo, mas supõem-se que seja com certa urgência.

A fala de Aguinaldo ganhou maior repercussão porque, de forma direta, ele defendeu que o governador decida já se será candidato a senador ou não. Esse é o ponto nevrálgico da coisa.

Não é apenas Aguinaldo que cobra definição mais imediata do governador em relação à candidatura ao Senado. Existem várias vozes neste sentido, incluindo a de aliados e até amigos do governador. Avalia-se que, sem essa definição, João perderia espaços eleitorais e pode correr risco nas urnas.

O problema é que este talvez seja o assunto mais complexo, melindroso e delicado da política estadual. É que a questão tem a ver não apenas com a eleição, mas, sobretudo e essencialmente, com o dilema entre o poder político (ou o poder em marcha para a finalização) e a perspectiva de poder, conceitos que dominam bem os bastidores do ambiente político, embora muitas vezes sejam tratados com demasiada parcimônia.

No caso concreto, o que entra em jogo é que no momento em que o governador João Azevedo anunciar taxativamente, sem nenhuma dúvida, que será candidato a senador, indubitavelmente vai se instalar o processo de finalização de seu governo. Começará a contagem regressiva para a renúncia, que precisará ocorrer até o dia 2 de abril de 2026. Seu poder governamental começará a se esvair a cada mês. Querendo ou não, não demorará que se e a registrar nos dedos a quantidade de meses restante para o fim do governo (10, 9, 8, 7 meses e assim por diante).

Os milhões de investimentos em grandes obras arão a importar menos. Valerá mais a corrida em busca da consolidação de privilégios grupais ou pessoais. Com a decisão plena de candidatura, o poder do governo posto começará a se dissolver. Não adiantam contra-argumentos. Existem centenas de exemplos neste sentido por aí.

Na política, começará a funcionar o que se convencionou chamar de perspectiva de poder. Ocorre quando do ponto de vista temporal o cargo de poder central no município, estado ou no país começa a se aproximar do ungido. Se dá, então, que, automaticamente o futuro detentor do poder a a ser foco de todas as atenções e as soluções sobre contratos, empregos, conflitos e encaminhamento de privilégios já am a ser concentrados no futuro governante e gestor. Trata-se de uma mudança de núcleo de poder quase inevitável.

Pode até ser que o deputado Aguinaldo Ribeiro e os defensores da antecipação de decisão de João nem tenham pensado nisso. Na prática, porém, a decisão final do governador sobre a candidatura ao Senado implica no início da transferência do poder político no Estado. Não foi à-toa, por exemplo, que, recentemente, quando o governador estava de férias, numa visita do vice-governador Lucas Ribeiro a Cajazeiras, o ex-prefeito Zé Aldemir tenha levado um grupo de servidores demitidos do hospital local para o evento. A promessa é que serão reitidos quando Lucas assumir o governo. Afinal, Lucas e Aldemir são do mesmo partido.

Não são também à-toa os registros históricos de prefeitos e governadores que deixam para a undécima hora o anúncio sobre renúncia ou não ao poder para a disputa de outro cargo. São conjunturas em que o poder de cautela e preservação funciona mais alto.

É este quadro que leva o governador João Azevedo a istrar sua situação política. Por isso, num momento, ele adianta a candidatura ao Senado e, noutro, planta a dúvida. Parede conduzir o poder na ponta dos dedos até abril do ano que vem para não perder autoridade.

Assim, não foi de graça que o secretário Tibério Limeira (istração) disse que o PSB ainda não abriu mão da cabeça de chapa. Permite a leitura que o governador pode ficar no cargo para eleger o sucessor. Do mesmo modo, não são gratuitas as declarações de aliados defendendo a permanência do governador no poder até o fim do mandato.

A verdade é que, por todas essas sutis implicações, dificilmente, o governador João Azevedo anunciará uma decisão definitiva sobre a candidatura ao Senado até o início de 2026. As candidaturas serão estimuladas, mas não efetivadas. Pode parecer ruim para o esquema liderado pelo governador. Todavia, vale lembrar que a história revela que quase nada se movimenta a definição do lado do governo. Afinal, as campanhas eleitorais na Paraíba não costumam andar apenas com uma perna.

No mais, talvez seja prudente avisar aos aliados do governador que, às vezes, um conselho amigo pode carregar algum perigo.

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