As 80 famílias do assentamento Nova Margarida, no município paraibano de Alagoa Grande, serão beneficiadas com a liberação de recursos do Crédito Instalação, na modalidade Habitacional, para construírem novas moradias. O anúncio foi feito pela diretora de Desenvolvimento e Consolidação de Projetos de Assentamento do Incra, Maria Rosilene Bezerra Rodrigues, durante visita à área de reforma agrária na primeira quinzena do mês de outubro.
Os agricultores se reuniram na escola municipal que funciona na comunidade para receber a notícia e apresentar à direção nacional do Incra outras reivindicações. Uma delas é regularizar os assentados do Nova Margarida.
Também participaram da reunião o superintendente da autarquia no estado, Antônio Barbosa Filho, representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande e de movimentos sociais do campo.
Boa parte das famílias do Nova Margarida vive em casas já existentes quando a área pertencia à Usina Tanques, desativada em meados na década de 1980. As habitações estão em situação precária. Os assentados se dedicam principalmente à agricultura de subsistência, como macaxeira e feijão, e ao plantio de cana-de-açúcar.
O superintendente Antônio Barbosa Filho destacou no evento que as equipes do instituto têm se empenhado em regularizar a documentação das famílias, etapa necessária para a construção das moradias.
Ele também lembrou a história de Margarida Maria Alves. O assentamento foi criado pelo Incra em setembro de 2014 e está localizado na região do Agreste paraibano, a 110 quilômetros de João Pessoa, em uma área de 843 hectares que pertencia à antiga Usina Tanques, palco das lutas da trabalhadora rural e líder sindical paraibana.
Margarida defendeu os direitos dos camponeses e a reforma agrária, denunciando, ainda, casos de violência e exploração no campo. Por isso, acabou sendo morta, em 12 de agosto de 1983, na porta de casa, em Alagoa Grande. O crime nunca foi solucionado.
O município de Alagoa Grande também é reconhecido por um de seus filhos ilustres, o cantor, compositor e multi-instrumentista brasileiro Jackson do Pandeiro. O chamado “O Rei do Ritmo” foi um dos responsáveis pela consolidação da cultura nordestina na música nacional.
Moradias dignas
As novas moradias serão erguidas com valores de até R$ 75 mil por família, disponibilizados por meio da linha de financiamento Habitacional do Crédito Instalação, do Incra.
Os domicílios possuem sala, cozinha, dois quartos, banheiro e lavanderia. A construção fica a cargo de entidade credenciada pelo Incra e escolhida pelas famílias para elaborar e executar as obras.
Os próprios assentados gerenciam os recursos e acompanham todo o processo construtivo, desde a definição da planta da casa. A edificação é feita com mão de obra preferencialmente local e supervisionada por técnicos da Divisão de Desenvolvimento e Consolidação da regional da autarquia.
