O governador João Azevêdo participou, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da inauguração do 1º Trecho do Ramal do Apodi, que atenderá cerca de 750 mil pessoas em 54 municípios da Paraíba e do Rio Grande do Norte, com investimentos de R$ 1,45 bilhão. A solenidade ocorreu, nesta quarta-feira (29), no município de Cachoeira dos Índios, no Sertão da Paraíba.
Antes de chegar à Paraíba, Lula sobrevoou o trecho da barragem no Ceará e em Salgueiro, Pernambuco, onde assinou a ordem de serviço, no valor de R$ 491,3 milhões, para duplicar a capacidade de bombeamento de água em todo o Eixo Norte do Projeto de Integração do São Francisco (PISF), nas estações de bombeamento intermunicipais EBI1, em Cabrobó (PE); EBI2, em Terra Nova (PE); e EBI3, em Salgueiro (PE). A obra amplia a capacidade de 24,75 m³/s para 49 m³/s, beneficia 237 municípios e cerca de 8,1 milhões de pessoas nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
Na Paraíba, o presidente inaugurou o Trecho I do Ramal do Apodi, que possui 115,5 km de extensão, e liga a Barragem Caiçara (PB) à Barragem Angicos (RN), com vazão projetada de 40 m³/s. A obra, iniciada em 2021, está 74,83% concluída e tem entrega total prevista para outubro de 2026, com investimento de R$ 1,45 bilhão. Quando finalizado, o ramal atenderá cerca de 750 mil pessoas em 54 municípios da Paraíba e do Rio Grande do Norte.
O governador João Azevêdo disse que o sentimento é de gratidão aos investimentos hídricos do governo Lula desde o eixo Leste, em Monteiro, o eixo Norte, que chega na Barragem de Caiçara e desce para engenheiro Ávidos e na Barragem de São Gonçalo até o Rio Grande do Norte e agora mais uma entrada das águas da Transposição no Sertão da Paraíba.
João Azevêdo acrescentou que é dever do estado fazer com que essas águas tenham a maior capilaridade e a Paraíba hoje possui grandes projetos como os sistemas de adutoras do Cariri e do Curimataú, que juntas somam mais de 700 km de extensão e trarão a tão sonhada segurança hídrica para duas regiões. “E isso só foi possível porque o presidente Lula fez e entregou a Transposição do Rio São Francisco. Lula, você trouxe vida, trouxe dignidade para pessoas que não tinham água em suas torneiras”, ressaltou.
O chefe do Executivo lembrou que no primeiro mês de governo o presidente Lula chamou todos os governadores do Nordeste para ouvir deles as prioridades para a construção de uma grande parceria. E os resultados são positivos, pois somente a Paraíba tem dentro do PAC 3 mais de R$ 22,8 bilhões em investimentos em obras que vem transformando muitas vidas. “Era preciso que o senhor voltasse hoje à Paraíba para entregar essa tão importante obra que transforma vidas”, declarou João Azevêdo.
“Essa obra é uma demonstração clara de que a natureza pode ser utilizada em benefício da população. Aqui o pessoal morria de fome, o gado morria de fome e ninguém dava jeito. Preferimos resolver esse problema e trazer água para que o povo trabalhe aqui, plante aqui, viva com sua família aqui. É isso que a obra representa, dignidade para povo nordestino”, destacou o presidente Lula durante a inauguração.
Em seu discurso, Lula disse que a transposição do Rio São Francisco é a redenção de um povo e foi a melhor decisão que tomou em sua vida. “A transposição das águas do Rio São Francisco tinha como objetivo dar aquilo que Deus dá a todo mundo, que é um copo de água para beber para 12 milhões de pessoas que viviam no semiárido brasileiro. E por que tomei a decisão de fazer as obras do Rio São Francisco? É porque sei o que é ir para um açude sujo pegar água para beber. É porque mesmo com muitas vozes contrárias era uma obra necessária e que vinha sendo prometida há 176 anos”, enfatizou.
Lula adiantou que a transposição é a primeira parte da obra, em seguida é preciso a parceria dos governos estaduais, municipais e federal para fazer com que a água chegue até as casas dos cidadãos e propriedades dos pequenos agricultores para gerar renda. “O fim da transposição não é a gente terminar essa obra, é fazer a água chegar na casa das pessoas, tratada e com qualidade”, pontuou.
O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, destacou a importância da água do Rio São Francisco para quem vive no semiárido nordestino. “Hoje é mais que uma cerimônia, é um compromisso selado com a história, com o presente, o futuro e o povo do Nordeste. Damos mais um o para que a transposição do Rio São Francisco cumpra sua missão integral, ser água para todos, o tempo todo, em todo o Nordeste.
Waldez destacou o grande o que foi dado hoje com a autorização para início das obras para a duplicação da quantidade de água a ser transposta pelo São Francisco que servirá todo o povo da região, especialmente os que moram em áreas rurais e são agricultores.
O prefeito de Cachoeira dos Índios, Alysson Francisco, agradeceu ao presidente Lula por colocar o município na história da obra hídrica mais importante do país. Nosso povo está agradecido e com esperança de que com a obra da transposição do Rio São Francisco possamos viver em uma região mais fértil e desenvolvida.
Dentre outras autoridades presentes no evento estavam os ministros da Casa Civil, Rui Costa; o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos; a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra; os deputados federais Damião Feliciano, Gervásio Maia, Luiz Couto, Pedro Campos (PE) e Mineiro (PE); o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena; o presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino; o secretário de Infraestrutura e Recursos Hídricos, Deusdete Queiroga; e o chefe de gabinete do governador, Ronaldo Guerra.
Caminho das Águas — A agenda de faz parte do Caminho das Águas, iniciativa do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) que, desde o dia 25, percorre a trilha da Transposição do Rio São Francisco pelo Sertão nordestino, ando pelos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
A transposição do Rio São Francisco é considerada a maior obra de infraestrutura hídrica do Brasil e da América Latina. Foi idealizada e iniciada no governo do presidente Lula, com a meta de beneficiar 12 milhões de pessoas em 390 municípios e 294 comunidades rurais. O projeto foi oficialmente lançado em junho de 2007, após décadas de debates sobre a necessidade de levar as águas do “Velho Chico” para regiões historicamente castigadas pela escassez de água. Foram iniciadas as principais frentes de trabalho nos dois grandes eixos — Norte e Leste —, consolidando sua autoria e compromisso com o desenvolvimento social e econômico do semiárido nordestino.
Além desses grandes canais da transposição do Rio São Francisco, outros projetos de segurança hídrica – como adutoras, ramais, reservatórios – estão espalhados pelos sertões da Bahia, Alagoas, Piauí e Maranhão, formando o Caminho das Águas. Somando estudos e projetos em andamento, são mais de 70 ações, todas elas inscritas no Novo PAC. Todo o Caminho das Águas estará em inspeção nos meses de maio e junho, por uma comitiva liderada pelo ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.
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