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Veneziano em xeque ao insistir em monopolizar apoio a Lula no Estado

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* Por Nonato Guedes

O senador Veneziano Vital do Rêgo, candidato do MDB ao governo da Paraíba em aliança com o PT, fica em xeque quanto à coerência ao insistir em monopolizar o arco de apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Estado, como prolongamento da queda-de-braço que sustenta com o governador João Azevêdo (PSB) por, também, declarar apoio a Lula. Veneziano continua apegado à ideia da exclusividade do apoio, o que é difícil de subsistir porque o partido a que o governador é filiado está coligado nacionalmente com o PT e tem o candidato a vice, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, na chapa lulista. A última investida de Veneziano, denegada pela juíza eleitoral lucy Rejane de Sousa, foi a de tentar impedir o uso da imagem de Lula na campanha de João.

A magistrada entendeu, fundamentada no óbvio, que não há como inquinar a propaganda eleitoral do representado, no caso, o governador, de cometimento de irregularidade ao se valer do artifício da propaganda. “Qualquer apoio informal realizado por candidato à Presidência da República à candidatura em âmbito regional, não pertencente à sua coligação em nível nacional, não desnatura e nem invalida o que efetivamente reflete o DRAP registrado na Justiça Eleitoral, como na hipótese dos autos, onde o Partido dos Trabalhadores e o Partido Socialista Brasileiro estão formal e legalmente coligados em âmbito nacional”, explicitou a juíza, de forma didática, repondo em evidência fatos que são do conhecimento público. De resto, o governador já deixou claro que não pugna por exclusividade e que seu interesse é o de contribuir para somar.

O senador Veneziano Vital do Rêgo, com sua insistência no monopólio do apoio a Lula, demonstra certa insegurança quanto à hipótese em que tanto investe de ser beneficiário de suposta transferência de votos por parte do presidenciável na disputa majoritária travada na Paraíba. Ora, o ex-presidente e candidato petista, até aqui, tem sido correto ao extremo para com Veneziano. Manifestou-lhe apoio no contexto da disputa eleitoral estadual, foi a Campina Grande cumprir agenda política com ele e com o presumido candidato a senador da sua chapa, o ex-governador Ricardo Coutinho, deixou-se fotografar ostensivamente ao lado do parlamentar e de seus aliados na contenda em marcha. Evitou qualquer aceno na direção de Azevêdo, embora, por questão de educação, tenha evitado hostilizá-lo. Fora daí, o que mais quer Veneziano para se sentir tranquilo em sua jornada?

As atenções do ex-presidente para com o senador emedebista fizeram Lula, até mesmo, relevar o voto proferido por Veneziano, favorável à issibilidade do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, na sessão histórica da Câmara Federal que acabou degolando a carreira política da primeira mulher eleita mandatária no Brasil. Como se sabe, por muito tempo, e ainda agora, sempre que possível, o ex-presidente Lula refere-se a esse impeachment como “golpe político”. Nos bastidores, a história mostra que foi o MDB o principal articulador do impeachment ou “golpe”, tanto assim que o emedebista Michel Temer, que era vice de Dilma, foi alçado em meio a rumoroso episódio que teve as digitais do inefável ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, um dos cardeais do partido de Veneziano e autor do best-seller “Tchau, Querida – O Diário do Impeachment”. São narrativas que a História, implacável, não apaga, nem o esforço de conversão de Veneziano à cartilha petista minimiza ou reverte. São incontestáveis, induvidosamente.

A opinião pública está preparada para novos capítulos da briga entre Veneziano e o governador João Azevêdo, que se tornou patente quando o senador se lançou pré-candidato ao cargo, já que desde 2019 eram cordialíssimas as suas relações com a atual istração do PSB, tendo concordado que sua mulher, a doutora Ana Cláudia, ocue secretaria de Articulação com os municípios na gestão. É recente, portanto, o desaguisado de Veneziano com João – e disso tem plena consciência o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deixa escapar interesse pelas coisas referentes à pequenina Paraíba. Mas Veneziano precisa ser mais habilidoso e engenhoso na sua estratégia para não prejudicar a soma de outros votos que possam ser atribuídos ao candidato Lula em solo tabajara por meio de outras lideranças políticas. O governador João Azevêdo é um líder e tem seu peso na conjuntura. Lula, certamente, não perdoará Veneziano nem o PT local se vier a perder sufrágios preciosos por causa de ambições pessoais colocadas acima do seu projeto, que é indiscutivelmente maior, segundo o consenso mínimo que une o senador emedebista ao governador socialista no prélio em andamento.

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“Por que” não será fácil fazer Cícero desistir de ser candidato

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Redação do Portal da Capital

* Por Luis Tôrres

O escritor norte-americano Mark Twain dizia que os dois momentos mais importantes da vida de um homem são quando ele nasce e quando ele descobre o porquê. Para o prefeito Cícero Lucena (PP), há um terceiro momento tão importante quanto. Descobrir o porquê ele desistirá de disputar o governo da Paraíba caso esteja à frente das pesquisas.

Foi exatamente o que ele cobrou ao ser perguntado nesta segunda, 28, no Frente a Frente da Tv Arapuan, se abriria mão da candidatura ao governo caso estivesse na frente nas pesquisas. “Teria que ter um porque!”, disse sem hesitar.

Sobre a tal “candidatura de Lucas Ribeiro (PP) ao governo caso João Azevedo saia para se candidatar ao Senado”, Cícero foi ainda mais enigmático para dizer que, mesmo nesta situação, a candidatura da senadora Daniella Ribeiro (PP) à reeleição também deve ser considerada natural. E emendou: “Nem tudo que é natural é o que vai acontecer”.

Na entrevista toda, Cícero destacou suas ações quando governador na década de 90, quando substituiu Ronaldo Cunha Lima e assinou decreto de criação de mais de 50 cidades na Paraíba, descartou aliança com a oposição declarando-se ser uma das figuras mais leais da política paraibana e defendeu que “os interesses pessoais” não estejam acima da necessidade de dar continuidade ao projeto de João Azevedo no governo.

E foi além: disse que espera tudo seja definido até junho, antes mesmo do São João, que é pra dar tempo do candidato se fortalecer ainda mais.

De tudo o que ele disse, duas coisas podem resumir tudo. Cícero é o candidato ao governo mais oficial de todo o Brasil, mais do que os que vão para reeleição. Lembrando que ao fazer a chamada para o programa só falou em “projeto da Paraíba” e não mais de João Pessoa. Registrou que pesquisas apontam que o próprio pessoense quer que ele leve a experiência da capital para o estado. E ainda disse que o vice-prefeito Léo Bezerra já é o segundo prefeito de João Pessoa e vai dar continuidade sem problemas a tudo que está sendo desenvolvido.

E a segunda conclusão é de que a coisa mais difícil do mundo será convencê-lo a desistir desse projeto.

Simplesmente “porque” ele entende que essa é a melhor – talvez a única  – oportunidade de sua vida. E que, do jeito que vai correndo solto, com uma liberdade de ação maior do que as dos seus parceiros de grupo, chegará no momento da decisão com um patamar de difícil convencimento.

Será difícil alguém responder “por que não” Cícero.

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Após quase 20 anos de atuação, Elsinho Carvalho pede desligamento da Assembleia Legislativa

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Redação do Portal da Capital

O advogado Elson Carvalho Filho, conhecido como Elsinho Carvalho, pediu hoje desligamento da Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba após duas décadas de atuação no Legislativo paraibano.

Em seu instagram, ele agradeceu aos deputados e deputadas e aos servidores da Casa.

“Hoje encerro um ciclo com o sentimento de gratidão e de dever cumprido. Em nome de Álvaro Dantas e da experiente deputada Chica Motta, agradeço a todos, indistintamente. Muito obrigado pelo convívio e aprendizado ao longo destes anos.”

Elsinho iniciou suas atividades na Assembleia Legislativa prestando assessoria aos deputados Manoel Júnior (in memoriam), Olenka Maranhão, Vital do Rego (hoje ministro e presidente do Tribunal de Contas da União) e a Gervásio Maia.

Depois atuou na Procuradoria da Casa, na Chefia de Gabinete da Presidência e na Chefia da Secretaria do Gabinete da Presidência, por quase dez anos, nas gestões do hoje deputado federal Gervasinho e do atual presidente, Adriano Galdino.

Durante sua trajetória Elsinho participou ativamente da elaboração de importantes projetos de lei que beneficiaram a população paraibana.

Também teve destacada atuação em Comissões Parlamentares de Inquérito – Is, nos projetos de aposentadoria incentivada para os servidores da Casa e em reformas istrativas.

Atencioso, sempre esteve atento à imprensa e aos servidores.

Em sua despedida, recebeu mensagens de carinho e agradecimento de amigos, servidores e deputados.

“Obrigada por ser vir ao povo da Paraíba com tamanho zelo e dedicação”, escreveu a deputada Francisca Motta (Republicanos), avó do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta.

Já o deputado Anderson Monteiro (MDB) escreveu: “Muito bom ter convivido com o amigo na ALPB. Sucesso.”

Advogado reconhecido no Estado, mantém escritório de advocacia com atuação no direito público, entre outras áreas, há quase 20 anos.

Confira imagem:

 

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Pressa para João se definir ativa dilema entre poder e perspectiva de poder

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Redação do Portal da Capital

*Por Josival Pereira

Uma declaração do deputado Aguinaldo Ribeiro, presidente estadual do Progressistas, está moendo na imprensa e nas rodas políticas nos últimos dois ou três dias. Foi a defesa para que a chapa da aliança liderada pelo governador João Azevedo seja definida logo. Não houve sinalização de prazo, mas supõem-se que seja com certa urgência.

A fala de Aguinaldo ganhou maior repercussão porque, de forma direta, ele defendeu que o governador decida já se será candidato a senador ou não. Esse é o ponto nevrálgico da coisa.

Não é apenas Aguinaldo que cobra definição mais imediata do governador em relação à candidatura ao Senado. Existem várias vozes neste sentido, incluindo a de aliados e até amigos do governador. Avalia-se que, sem essa definição, João perderia espaços eleitorais e pode correr risco nas urnas.

O problema é que este talvez seja o assunto mais complexo, melindroso e delicado da política estadual. É que a questão tem a ver não apenas com a eleição, mas, sobretudo e essencialmente, com o dilema entre o poder político (ou o poder em marcha para a finalização) e a perspectiva de poder, conceitos que dominam bem os bastidores do ambiente político, embora muitas vezes sejam tratados com demasiada parcimônia.

No caso concreto, o que entra em jogo é que no momento em que o governador João Azevedo anunciar taxativamente, sem nenhuma dúvida, que será candidato a senador, indubitavelmente vai se instalar o processo de finalização de seu governo. Começará a contagem regressiva para a renúncia, que precisará ocorrer até o dia 2 de abril de 2026. Seu poder governamental começará a se esvair a cada mês. Querendo ou não, não demorará que se e a registrar nos dedos a quantidade de meses restante para o fim do governo (10, 9, 8, 7 meses e assim por diante).

Os milhões de investimentos em grandes obras arão a importar menos. Valerá mais a corrida em busca da consolidação de privilégios grupais ou pessoais. Com a decisão plena de candidatura, o poder do governo posto começará a se dissolver. Não adiantam contra-argumentos. Existem centenas de exemplos neste sentido por aí.

Na política, começará a funcionar o que se convencionou chamar de perspectiva de poder. Ocorre quando do ponto de vista temporal o cargo de poder central no município, estado ou no país começa a se aproximar do ungido. Se dá, então, que, automaticamente o futuro detentor do poder a a ser foco de todas as atenções e as soluções sobre contratos, empregos, conflitos e encaminhamento de privilégios já am a ser concentrados no futuro governante e gestor. Trata-se de uma mudança de núcleo de poder quase inevitável.

Pode até ser que o deputado Aguinaldo Ribeiro e os defensores da antecipação de decisão de João nem tenham pensado nisso. Na prática, porém, a decisão final do governador sobre a candidatura ao Senado implica no início da transferência do poder político no Estado. Não foi à-toa, por exemplo, que, recentemente, quando o governador estava de férias, numa visita do vice-governador Lucas Ribeiro a Cajazeiras, o ex-prefeito Zé Aldemir tenha levado um grupo de servidores demitidos do hospital local para o evento. A promessa é que serão reitidos quando Lucas assumir o governo. Afinal, Lucas e Aldemir são do mesmo partido.

Não são também à-toa os registros históricos de prefeitos e governadores que deixam para a undécima hora o anúncio sobre renúncia ou não ao poder para a disputa de outro cargo. São conjunturas em que o poder de cautela e preservação funciona mais alto.

É este quadro que leva o governador João Azevedo a istrar sua situação política. Por isso, num momento, ele adianta a candidatura ao Senado e, noutro, planta a dúvida. Parede conduzir o poder na ponta dos dedos até abril do ano que vem para não perder autoridade.

Assim, não foi de graça que o secretário Tibério Limeira (istração) disse que o PSB ainda não abriu mão da cabeça de chapa. Permite a leitura que o governador pode ficar no cargo para eleger o sucessor. Do mesmo modo, não são gratuitas as declarações de aliados defendendo a permanência do governador no poder até o fim do mandato.

A verdade é que, por todas essas sutis implicações, dificilmente, o governador João Azevedo anunciará uma decisão definitiva sobre a candidatura ao Senado até o início de 2026. As candidaturas serão estimuladas, mas não efetivadas. Pode parecer ruim para o esquema liderado pelo governador. Todavia, vale lembrar que a história revela que quase nada se movimenta a definição do lado do governo. Afinal, as campanhas eleitorais na Paraíba não costumam andar apenas com uma perna.

No mais, talvez seja prudente avisar aos aliados do governador que, às vezes, um conselho amigo pode carregar algum perigo.

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