A MATRIA (Mulheres Associadas, Mães e trabalhadoras do Brasil), uma associação de mulheres de nível nacional que se faz presente nas cinco regiões brasileiras, citou o suposto caso de estupro recentemente registrado nas dependências da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) para alertar acerca do perigo da permissão ao o de homens aos banheiros públicos femininos.
A Associação é a mesma que está acompanhando o caso de um servidor da UFPB que foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por suposto crime de transfobia, caso que se tornou público ainda no ano de 2022, quando uma pessoa do sexo masculino, que escolheu o nome de “Odara” e se identificava como “travesti”, tentou entrar em um banheiro feminino, designado para uso exclusivo de mulheres, e foi alertada pelo auxiliar de serviços gerais que “ali era o local das mulheres”.
Por conta desse alerta, o auxiliar, que é servidor da UFPB há cerca de 40 (quarenta) anos e uma funcionária, mãe de três crianças e que, à época, trabalhava como terceirizada na mesma universidade e até hoje segue desempregada por, supostamente, também ter feito o mesmo alerta, foram denunciados pela suposta prática de “transfobia”.
O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do Brasil define a transfobia como “toda forma de violência ou discriminação baseada na identidade de gênero da pessoa, abrangendo ações que causem constrangimento, discriminação ou exposição ao ridículo“.
Vale a pena saber que a definição oficial para o termo “Travesti” varia de acordo com a fonte mas, em linha gerais, pode ser a de pessoas designadas do sexo masculino ao nascer, mas que se identificam e expressam de maneira feminina, adotando características femininas como roupas, nome social e aparência.
No entanto, é importante notar que travestis não se identificam necessariamente como mulheres transexuais ou mulheres cisgêneras; uma vez que sua identidade de gênero é única e distinta.
No caso originado nas dependências da UFPB, a pessoa que escolheu o nome de Odara e se identifica como travesti decidiu processar os dois trabalhadores por ter sido chamada de “moço” e alertada de que o banheiro era para uso exclusivo de mulheres.
As Audiências de Instrução e julgamento do caso do servidor e da ex-servidora terceirizada estão agendadas, segundo a Matria, para terem início no próximo dia 12 de março de 2025 com réus, testemunhas e denunciante sendo ouvidos.
Suposto estupro na UFPB
A Matria, ao saber do caso recente de estupro que teria sido cometido dentro de um dos banheiros da UFPB, afirmou que a relação entre os dois casos é óbvia, uma vez que o chamado “transativismo” convenceu uma parte da população de que homem nenhum deve ser questionado ao entrar em um banheiro feminino, porque “pode ser que ele sinta que é uma mulher” fato que carrega em si a potencialidade de aumentar a possibilidade de estupros, importunação sexual, voyeurismo e atentado ao pudor uma vez que o homem, oficialmente apontado como responsável por cerca de 98% de toda violência sexual registrada no planeta, estará em um espaço íntimo onde a mulher, por vezes, se encontra sozinha e vulnerável: o banheiro feminino.
“Estão exigindo que a gente se cale ao ver um homem nos espaços em que estamos sozinhas e vulneráveis. Além disso, invertem as coisas, chamam de preconceito e até de pacto de cisgeneridade, um mero gesto de autopreservação de uma mulher. A verdade é que não está escrito na testa de nenhum homem se ele é ou não um estuprador. O que sabemos é que 98% da violência sexual do mundo é cometida por homens. Portanto, homens devem simplesmente ficar de fora dos espaços femininos pra que fique claro que aqueles que tentam entrar nesses espaços estão mal intencionados e devem ser interpelados e barrados“, diz uma das representantes da Associação.
“O processo contra a trabalhadora, que reconheceu corretamente um homem, o chamou de moço e informou que ali era o banheiro feminino, faz parte de uma campanha de coação anti-mulheres. É um recado pra todas nós. Um dos resultados da gente se calar sobre o absurdo da presença de homens em nossos espaços é a normalização da circulação deles nos banheiros femininos o que aumenta a possibilidade de estupros, importunação sexual, voyeurismo e agentado ao pudor“, acrescentou a representante da Matria frisando que “a nossa segurança [das mulheres] tem que ser inegociável. É pela segurança de todas nós que não podemos nos calar diante da presença de homens em banheiros femininos. É pela segurança de todas nós que seguiremos lutando pelo nosso direito a espaços separados por sexo“.
A MATRIA elenca diversos motivos pelos quais é essencial que os banheiros sejam separados por sexo. Clique aqui e confira a íntegra ou veja alguns logo abaixo:


