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Paraíba

MPF apura impactos da Ponte Do Futuro em comunidades tradicionais pesqueiras na Paraíba

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Na segunda-feira (19), representantes do Ministério Público Federal (MPF) e de instituições de ensino federais se uniram a moradores das comunidades tradicionais de pescadores ribeirinhos em uma vistoria técnica no estuário do rio Paraíba. A inspeção contou com pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e do Instituto Federal de Educação da Paraíba (IFPB) e teve como objetivo verificar, diretamente no leito do rio, os impactos provocados pela construção da Ponte do Futuro sobre os territórios pesqueiros tradicionais, como a perda de parte do manguezal e de área importante de pesca.

A bordo de um catamarã, os participantes da expedição subiram o rio Paraíba registrando, com drone, imagens aéreas da área impactada. Durante o percurso, os pescadores compartilharam sua principal preocupação: a restrição ao o à região central dos maretórios — territórios essenciais à pesca artesanal, onde mar e manguezais se encontram e são moldados pelo ciclo das marés.

“Eles perderão uma zona de pesca com redes na região onde será construída a ponte, devido às pilastras. Os pescadores utilizam redes de 350 a 400 metros de comprimento, mas as pilastras serão instaladas a cada 35 metros, impossibilitando a agem das redes e comprometendo a atividade pesqueira. Por isso, o MPF busca uma compensação para a comunidade”, explicou o procurador da República José Godoy, que conduziu a vistoria.

Enquanto navegavam pelo leito do rio Paraíba, os pescadores apontavam, um a um, os trechos que serão diretamente afetados pela construção da Ponte do Futuro. A bordo, explicavam ao MPF e aos pesquisadores o funcionamento da pesca de lance — técnica tradicional que depende da livre circulação da rede no estuário. Ao mesmo tempo em que mostravam os locais onde costumavam lançar as redes, os pescadores compartilhavam relatos sobre os impactos ambientais que, ao longo dos anos, vêm degradando o rio e comprometendo profundamente o modo de vida das comunidades ribeirinhas.

Reunião – Os impactos da construção da Ponte do Futuro sobre as comunidades tradicionais de pesca no estuário do rio Paraíba vêm sendo acompanhados pelo MPF desde o início deste ano. Em fevereiro de 2025, o MPF promoveu uma reunião com pescadores artesanais e representantes de órgãos estaduais e ambientais para debater os prejuízos provocados pela obra e buscar soluções para garantir os direitos das comunidades atingidas.

Entre as principais preocupações está a provável inviabilidade da pesca com redes de lance — técnica tradicional da região — na área onde a ponte está sendo erguida. O encontro também discutiu medidas de compensação para os pescadores afetados, tanto financeiras quanto sociais, diante das perdas que ameaçam comprometer a sobrevivência econômica dessas comunidades.

Na reunião, os pescadores manifestaram grande preocupação com os impactos da construção da ponte sobre seus meios de subsistência. Entre os principais pontos levantados estavam a interferência nos padrões de migração dos peixes, a destruição de habitats no estuário do rio Paraíba, incluindo a perda de manguezais e o impacto nos recursos pesqueiros devido à movimentação de sedimentos e poluentes, além da restrição ao o às áreas de pesca devido às medidas de segurança impostas durante as obras. Os pescadores apontaram como exemplo de impacto o desaparecimento de espécies de peixes após a dragagem do Porto de Cabedelo, em 2022.

Vulnerabilidade social – A pesca, que durante gerações sustentou famílias inteiras, está cada vez mais escassa diante da degradação do estuário. Conforme os depoimentos, alguns pescadores, desamparados e sem alternativas, tem sido obrigados a abandonar os barcos e trocar o rio pelo asfalto, sobrevivendo hoje da coleta de materiais recicláveis nas ruas de João Pessoa. “O abandono das atividades tradicionais expõe a vulnerabilidade social das famílias atingidas e reforça a urgência de medidas concretas para proteger não apenas o ambiente, mas a dignidade e a subsistência dessas comunidades” afirma o procurador José Godoy.

“Nosso sustento depende diretamente da pesca no estuário e qualquer alteração no ambiente pode comprometer toda a nossa produção”, afirma o secretário da Associação de Pescadores de Cabedelo, Sebastião Felinto. Conforme o secretário, existem 42 comunidades tradicionais pesqueiras no estuário do rio Paraíba.

O pescador artesanal José Gomes da Cruz, 70 anos, conhecido entre os colegas como Zezinho, explicou que as redes, quando lançadas, são arrastadas pela maré. Ele enfatizou que os pescadores conseguem lançar redes em aproximadamente 500 metros naquela área, mas agora essa prática vai se tornar impossível, porque a rede não consegue ar, ficando presa nas pilastras da ponte. “Aí não vai ar, não vai poder ar e vai ter que parar na ponte”, lamenta Zezinho.

Na discussão ocorrida em fevereiro, o secretário de Estado da Infraestrutura e dos Recursos Hídricos, Deusdete Queiroga, informou que há um fundo para auxiliar na recomposição dos potenciais prejuízos às comunidades e que seriam tomadas providências para minimizar os impactos ambientais e socioeconômicos da construção da ponte.

O MPF destaca a importância da transparência e do diálogo entre todas as partes envolvidas e a necessidade de garantir que as medidas de mitigação e compensação sejam efetivamente implementadas. “Nosso papel não é atuar como mediador para conter protestos das comunidades impactadas, mas garantir que seus direitos sejam respeitados e que as soluções adotadas sejam justas e equilibradas”, afirmou o procurador José Godoy.

Ponte do Futuro – De acordo com dados oficiais, o projeto Ponte do Futuro prevê a construção de duas pontes. A primeira, com 2,1 km de extensão sobre o rio Paraíba, conectará a BR-230 à BR-101 Norte e contará com uma pista de 7,2 m de largura, eio de 3,3 m, ciclovia de 2,5 m e acostamento de 2,5 m. Além disso, a obra incluirá um viaduto de 40 m sobre a linha férrea e um mirante. Já a segunda ponte, com 420 m de extensão, será erguida sobre o rio da Guia, no município de Lucena (PB). A previsão é que a obra seja concluída até o final de 2026.

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“Mostrou o tamanho do compromisso com o povo”: Flávio Moreira destaca gestão João Azevêdo na PB

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O presidente do Agir 36 na Paraíba, Flávio Moreira, utilizou as redes sociais nesta quinta-feira (22/05) para proferir elogios à gestão do governador João Azevêdo (PSB) no Estado.

Na publicação, Flávio elencou diversas ações da gestão estadual em cidades que não são domicilio eleitoral do governador, reforçando o compromisso de João com o desenvolvimento do povo paraibano.

“Conduz o seu governo com equilíbrio, cortesia e justiça, coisa que faltou a outros que governaram ao sabor do humor dos políticos profissionais. Continuarei irando as pessoas e não a posição que elas ocupam temporariamente, porque de gente sem caráter, já basta!”, enfatizou Moreira ao enaltecer também o caráter pessoal do governador.

Leia o conteúdo na íntegra:

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“Está ando dos limites”, vereador cogita PL para proibir benefícios aos ‘bebês reborns’ em JP

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Redação do Portal da Capital

A polêmica acerca dos ‘bebês reborns’ ganhou força nacional nas últimas semanas após histórias que se afastam do universo da ficção terem sido levadas ao conhecimento do público. Uma delas trata da disputa judicial de um ex-casal pela guarda de uma bebê reborn que era tratada como um ser vivo e que tinha até contas ativas e lucrativas nas redes sociais.

Também nas redes sociais, casos de pessoas simulando a vivência de situações reais com bebês ultra-realistas têm sido mais divulgados e chamado atenção por episódios de choro, alimentação por mamadeira, e até de procura médica.

A situação irritou o vereador de João Pessoa, Guguinha Moov Jampa (PSD) que, por sua vez, comparou a situação como “palhaçada” e cogitou apresentar proposta para proibir concessão de quaisquer benefícios aos ‘bebês reborns’ em território pessoense.

A gente já tem tanta dificuldade nos postos de saúde e chegar gente com bebê [reborn] querendo ter prioridade dizendo que ]tá [sic] doente ou com febre isso aí já está ando dos limites“, frisou o parlamentar.

O comentário do vereador foi registrado pelo programa Correio Debate, da 98 FM, de João Pessoa, nesta quinta-feira (22/05).

Confira o áudio:

 

Brasil

Em se tratando de Brasil, pelo menos, três Projetos de Lei já foram protocolados para criar restrições aos bebês reborn, mais conhecidos como bonecos ultra realistas. A ideia é proibir o atendimento em unidades de saúde públicas privadas, filas preferenciais, entre outros benefícios. Conforme conta uma matéria publicada pelo Metrópoles, o deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL), de Minas Gerais, apresentou projeto para proibir tentativas de atendimento hospitalar das simulações. O deputado Zacharias Calil (União Brasil-GO), quer tipificar como infração istrativa o uso desse tipo de boneco ou de qualquer outro objeto ou artifício que simule a presença de criança de colo, para receber ou usufruir dos benefícios. Por fim, o deputado Paulo Bilynsky (PL-SP), pede que seja proibido, em todo o Brasil, o atendimento por profissionais de saúde ou servidores públicos aos bonecos em unidades de saúde públicas e privadas.

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“Tentando tapar o sol com a peneira”, diz Efraim sobre Aguinaldo afastar possível rompimento na base

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Redação do Portal da Capital

O senador e líder do União Brasil na Paraíba, Efraim Filho, reforçou nesta quinta-feira (22/05) a tese de rompimento entre integrantes da base governista e classificou as tentativas do deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP) de afastar as rupturas como “tapar o sol com a peneira”.

De acordo com Efraim, algumas declarações públicas de integrantes do grupo de situação evidenciam o clima de disputa interna. Em entrevista ao programa Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan FM, o senador exemplificou que até o próprio vice-governador Lucas Ribeiro (PP) criticou políticos aliados.

“Vocês viram, né, o próprio Lucas criticando os políticos da base que andam com a oposição. Então, não é a oposição que tá criando nada. Me parece é que tem gente como Agnaldo tentando tapar o sol com a peneira”, disse.

 

 

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